Oficina de Graffiti no Angelim amplia o diálogo entre arte urbana e educação

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Arte e educação em diálogo no Angelim

No bairro Angelim, zona sul de Teresina, a Unidade Escolar Professora Osmarina recebeu, no dia 13 de outubro de 2025, a quarta oficina de graffiti do Projeto Grafi-The — iniciativa cultural da Editora Lestu, aprovada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB 2024). A atividade foi conduzida pelos artistas Eduardo Alemão, do coletivo VDC (Vai Dar Certo), e Saná Costa, ambos reconhecidos por sua atuação no cenário piauiense. A oficina reuniu estudantes, professores e membros da comunidade em uma imersão sobre as múltiplas dimensões da arte urbana. Em um clima de troca e curiosidade, os participantes refletiram sobre o papel do graffiti como linguagem artística, social e política, capaz de aproximar diferentes gerações e de transformar o espaço escolar em território de criação.

Do conceito à prática: aprendendo com o graffiti

A oficina integrou conteúdos teóricos e práticos, abordando a história do graffiti, suas origens nos movimentos de resistência urbana e as técnicas que compõem sua estética contemporânea. Os alunos aprenderam sobre lettering no estilo bomb, utilizando lápis de cor e de cera para explorar sombreamento e contraste, e, em seguida, praticaram o uso de stencil e spray para a criação de composições em grande escala. Nas falas dos instrutores, destacou-se a importância de compreender o graffiti como uma arte de planejamento e intuição, onde “o domínio dos materiais vem com o tempo e com a experimentação”, conforme enfatizado na apostila do Projeto Grafi-The. A presença ativa dos educadores da escola ampliou o caráter pedagógico da experiência, estimulando o diálogo entre arte, cultura e currículo.

O muro como espaço de criação coletiva

O encerramento da oficina foi marcado pela pintura de um painel coletivo nos arredores da escola, unindo estudantes e artistas em um processo de criação conjunta. A obra, composta por elementos orgânicos, letras estilizadas e cores vibrantes, representou o olhar da comunidade sobre sua própria realidade. O uso combinado de tinta látex, pincéis e spray permitiu aos participantes experimentar diferentes camadas e texturas, transformando o muro em um espaço simbólico de expressão e pertencimento. A atividade reafirmou o compromisso do Projeto Grafi-The em democratizar o acesso à arte urbana e fortalecer a dimensão educativa do graffiti como ferramenta de reflexão crítica, memória coletiva e cidadania cultural.