Terceira oficina do Projeto Grafi-The integrou teoria, técnica e criação coletiva com estudantes do CETI Júlia Nunes
No dia 1º de outubro de 2025, o CETI Júlia Nunes, no bairro Dirceu Arcoverde, recebeu a terceira oficina de graffiti do Projeto Grafi-The — uma iniciativa cultural da Editora Lestu, aprovada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB 2024). A oficina foi ministrada por Eduardo Alemão, do coletivo VDC (Vai Dar Certo), e pelo artista Saná Costa, ambos atuantes na cena artística piauiense. Realizada das 8h às 17h, a atividade marcou a continuidade do ciclo formativo que vem aproximando estudantes de diferentes regiões de Teresina da arte urbana e de suas dimensões sociais, estéticas e políticas. A proposta central foi incentivar a criação coletiva e a experimentação visual, utilizando o graffiti como ferramenta de expressão e de leitura crítica da realidade local.
Entre o traço e o conceito: aprendendo a linguagem do graffiti
Durante a oficina, os alunos exploraram o lettering no estilo bomb, experimentando a construção de letras infladas e coloridas, trabalhadas com lápis de cor e de cera para estudar volume, sombra e contraste. Essa etapa inicial permitiu compreender como o graffiti é também uma forma de design, exigindo domínio técnico e identidade visual. Em seguida, os estudantes mergulharam nas técnicas de stencil, aprendendo a projetar imagens em grande escala e a planejar o uso do spray em camadas. Como orienta o material didático do Grafi-The, a prática do graffiti envolve tanto o gesto livre quanto o planejamento preciso: “o domínio dos materiais vem com o tempo e com a experimentação”. Essa conjugação entre liberdade e técnica foi um dos eixos da atividade, que alternou momentos de experimentação com discussões sobre a história do graffiti, sua origem nos movimentos de resistência urbana e sua força como linguagem visual contemporânea.
Painel coletivo: o muro como espaço de criação e cidadania
Encerrando a oficina, os alunos produziram um painel coletivo, combinando as técnicas aprendidas com tinta látex, spray e stencil. A proposta final reforçou o valor do graffiti como prática de cidadania e como forma de apropriação simbólica do espaço escolar. Sob a orientação dos instrutores, os jovens compreenderam o muro não apenas como suporte, mas como território de diálogo — uma superfície que comunica e acolhe múltiplas vozes. O resultado reflete o propósito do Projeto Grafi-The: democratizar o acesso à arte urbana e consolidar sua relevância como expressão crítica e cultural. Ao aproximar o graffiti do ambiente escolar, o projeto reafirma a potência criativa das periferias e a capacidade da arte de conectar saberes, territórios e identidades em transformação.
























