A arte feita com campos magnéticos representa uma fronteira fascinante entre o visível e o invisível, desafiando tanto artistas quanto espectadores a explorar novas dimensões da percepção e interação com o espaço. Este tipo de arte se apoia na proposta de transcender os limites tradicionais do meio artístico, incorporando princípios científicos para criar obras que se manifestam através da interação com forças naturais ocultas. O trabalho de Stefan Mayer, “Campos Magnéticos – Magnetfelder 1992-2023”, é um ponto de referência notável nesse campo, ilustrando as possibilidades de expandirmos nossa compreensão da arte e da ciência.
Ao longo de mais de 30 anos, Mayer tem se dedicado a estudar e representar os campos magnéticos, como forças invisíveis que direcionam não apenas bússolas, mas que também podem reorientar nossas percepções sensoriais e cognitivas. Seu trabalho se destaca não apenas pela exploração estética, mas também por sua capacidade de engajar o público em uma reflexão crítica sobre as estruturas invisíveis que moldam nosso mundo. Ao propor instalações que evidenciam o invisível, Mayer questiona as percepções habituais de espaço e orientação, levando os observadores a reconsiderar as maneiras pelas quais interagem e compreendem o mundo ao seu redor. O seu trabalho não apenas contribui significativamente para o campo da arte contemporânea; também incita um diálogo contínuo entre arte, ciência e filosofia, incitando uma profunda reflexão sobre a coexistência com o ambiente natural. “Para meu trabalho, troquei ideias várias vezes e fui inspirado por cientistas de várias disciplinas. Mas não sou um cientista racional e lógico; sou um artista”, revela. Ele se define como um escultor com referências à Arte Minimalista. “O que significa que me esforço para criar formas que, na melhor das hipóteses, não são vistas como uma composição de partes individuais, mas como uma forma como um todo e sua relação com o espaço ou lugar”, explica Stefan Mayer.
O livro “Campos Magnéticos – Magnetfelder 1992-2023” reúne cerca de 25 trabalhos e séries, nos quais Mayer explora os limites da visibilidade, manipulando campos magnéticos para questionar nossa percepção e orientação no espaço. O volume foca exclusivamente em sua fascinação pelos campos magnéticos, proporcionando uma visão única sobre a complexidade e beleza desse fenômeno natural. Por meio das suas instalações, Mayer desafia a percepção habitual de espaço e de orientação, usando campos magnéticos para criar experiências imersivas que questionam as convenções e revelam a instabilidade de nossas certezas mais fundamentais. “Meus trabalhos estão, com muita frequência, diretamente relacionados ao lugar ou ao espaço. E meus trabalhos atuais sobre o campo magnético, em particular, lidam com as características específicas do local da exposição ou intervenção”, explica. Para ele, cada local em que situa uma instalação exige uma ideia própria ou a adaptação de um conceito. Assim, ao se deparar com uma de suas obras, o visitante é convidado a imaginar a propagação e a qualidade do campo magnético gerado no local, ou evocar memórias de conteúdo das aulas escolares, e desenvolver própria percepção do trabalho.
O lançamento de “Campos Magnéticos – Magnetfelder 1992-2023” está previsto para o primeiro semestre de 2024, se constituindo na primeira obra da Lestu sobre arte contemporânea. Será a oportunidade de vislumbrar o mundo através das lentes únicas de Stefan Mayer, onde o invisível se torna palpável e a arte se funde com a ciência para expandir nossas fronteiras de conhecimento e percepção.